sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Relatividade entre conceitos cosmogônicos da unidade e dualidade

Para esse discurso, inicialmente devemos adotar conceitos predefinidos, como a ideia deísta de deus, na qual através da crença dogmática como o Catolicismo ou pragmática como o Budismo, se espelharia em uma meta superior para se desenvolver. Essa definição de pragmática e dogmática para essas doutrinas é só a título de elucidação, pois ambas possuem suas próprias teorias e práticas.

Lembrando também, que o budismo não admite a ideia de deus da mesma forma que um catolicismo, ele apenas busca estados cada vez mais profundos de consciência, autoconhecimento e transcendência para a superação da ignorância e a cessação do sofrimento.

Dessa forma, o budismo é um conceito que se baseia na unidade, pois se aproxima da Sombra afim de superá-la, tratando ela não como pecado e sim como ignorância a ser superada. A única possibilidade de evolução seria essa superação, caso contrário seria um retrocesso. Se essa transgressão não existisse o budismo não existiria pois não poderia haver progresso. Todos sabemos que o antagonismo é necessário para a existência de algo. Vida não existe sem a morte, nem luz sem as trevas. Ou seriam faces de uma mesma moeda? Lados de uma mesma mão, palma e dorso?

Talvez até o ponto em que estamos nesse discurso podemos dizer que chegamos a uma resposta. Cosmogonia não necessita de deidade, pois o budismo não possui deuses, e nem por isso budismo é ateísmo. Ateísmo é um aspecto de crença e budismo é todo um sistema, muito além do fator crença, pois constitui o aspecto experiência, experiencia pessoal direta. É o tipo de coisa na qual não deve ser julgada através de uma análise anti-religiosa.

Existem práticas espiritualistas que extrapolam o padrão crença, e a estas lhe é requerido uma certa consideração daqueles que buscam compreender a ligação ciência-religião. Em algumas religiões o que faz ela apresentar uma deidade é somente a imagem antropomórfica como no paganismo. Em outras, a deidade acaba por engolir toda a doutrina e adquire um aspecto ditatorial.

Vamos tentar olhar de um modo diferente o modelo cristão de bem e mal afim de conseguir novas respostas. Tentaremos inverter. Agora adoramos ao diabo, ele será o modelo ético e os pecados serão mandamentos. Os antigos mandamentos agora serão pecados. E mudou o que? Continua o mesmo deus ditador e mandão, somente inverteu o conceito de pecado, a essência continua a mesma. Desta forma o catolicismo é uma cosmogonia dual. O budismo também se torna dual em virtude do fator conhecimento-ignorância. A própria Fé-Ciência são interconectadas, então que possamos analisar corretamente.

E o que seria uma doutrina verdadeiramente una? Precisaria ser algo que não fosse contra si mesmo, não poderia haver uma contradição. Na minha opinião, arriscaria colocar a Thelema nessa classificação, corro ricos hehe... Mas sem medo, porque o nome dessa Tag é Filosofia Oculta certo? O objetivo aqui é pensar.

Que Assim Seja!

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