sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Autenticidade - Sem processo jurídico

A autenticidade que vou citar neste texto não tem nada a ver com uma investigação ou processo jurídico, muito menos se refere a franquias, marcas, nomes, empresas e informações. E sim, daquilo que diz respeito a essência humana, sem se afastar do que nos é racional e ordinário.

Para isso apelamos para a percepção. Não poderemos medir cientificamente um processo que depende exclusivamente de nossa consciência humana. E a consciência não é colocada a prova se não por ela própria, mesmo sendo o observador e esse podendo ser ludibriado pelos seus sentidos. Pois o que é para a consciência nem sempre é para a realidade racional controlada por um ambiente de laboratório, até porque nossa consciência é muito instável e pode deixar de perceber os objetos a sua frente.

Nos efeitos da vida, nos vemos sendo irreversivelmente ligados aos sentidos e a consciência de forma que muitas vezes seus estados ditam o modo com que nossa vida anda, e isso afeta em todos os âmbitos. Formas externas também entram nesse jogo psíquico; pulsões externos, podendo ser imagens, ações, palavras, sons. Que em um ponto agem fatalmente da mesma forma que os internos: pensamentos, lembranças, reflexos, sensações. Após serem interpretados pela mente, todo uma reação em cadeia se repercute nos componentes do cérebro; em certo grau isso é alterar a consciência. Mas isso se torna mais substancial quando o indivíduo o faz voluntariamente e aplicando uma dose de persistência; carga emocional também tem se demonstrado significativo. Aí eu digo que é alterar a consciência de um modo consciente.

Esta abordagem que estou fazendo aqui é muito simplista. Ainda mais porque ela abrange somente o indivíduo isolado em seu habitat, mesmo que pejorativamente em uma caixa de laboratório. Os eventos de alteração de consciência ocorrem o tempo todo pelo globo. Está em toda a parte; não somente de indivíduo para indivíduo. Vemos isso na sociedade, em grupos de ideias, partidos, empresas, comunidades, times, etc. E isso não me soa conspiratório. Basta dizer que é uma pequena parte.

Sem esquecer dos impulsos biológicos de nosso próprio DNA, que como um "Software" roda em nosso "CPU", sistema nervoso central para dizer como serão nossos padrões comportamentais; é óbvio que isso não influenciaria nossa capacidade de escolha como se fosse um robozinho né, óbvio que não. Mas admito... de toda forma isso soa muito conspiratório e publicitário.

Mas quando negamos nossos traços hereditários; nosso jeito de ser, de falar, de andar, etc; acabamos entrando em conflito com nós mesmos, gerando assim severas tensões, causando problemas de personalidade quando em seu maior grau de tensão. Mas sempre antecipado pelos chamados problemas comportamentais, depressão e outros.

Mesmo além de traços hereditários, construímos por nós mesmos todo um universo íntimo, carregando todo o tipo de coisas; algumas reprimidas, outras supervalorizadas, e assim vai... Uma boa saída é aceitar as situações e fatos de nossas vidas, para que não carreguemos aquela tensão que certamente ficará reprimida por anos. Sempre evitar esse tipo de situação, pois automaticamente a responsabilidade se tornará nossa uma vez que interpretarmos aquilo com a intensão de levar adiante toda a carga que não irá fazer nenhuma diferença para nós se pensarmos bem, mas ocasionará problemas futuros.

Essas coisas demonstram que ter identidade é muito mais do que conhecer o próprio nome, saber onde nasceu e qual a ascendência. Isso lembra a frase de Nietzsche: "Torna-te aquilo que és".

Uma visão realista irá garantir que a hipocrisia não se torne um hábito, pois não estaremos perdendo para alguém, mas para nós próprios. No momento gosto de chamar; ou até mesmo resumir isso tudo como autenticidade. Além de estarmos consciente de nossas limitações, assumimos nossas características pessoais, assim as utilizando de forma mais harmoniosa em prol de nosso desenvolvimento pessoal.

Para mim isso é a autenticidade. No sentido humano, íntimo e individual do termo. É um ser humano autêntico, legítimo, genuíno, verdadeiro e responsável por tudo o que diz respeito a ele próprio e o que lhe cerca. É demonstrar ter um valor próprio, caráter, fidelidade; sem precisar de artifícios.

2 comentários:

  1. Boa Noite!

    Interessante sua proposta e seus pensamentos.
    Concordo quando é dito que a "autenticidade" citada nos torna melhores para nós mesmos, valendo até dizer que a nossa volta podemos ser vistos como "piores" por não concordar ou sorrir para as más práticas ou com aquilo que não concordamos ou não achamos justo.

    Engraçado como ficamos convenientemente "bons" para os outros quando esquecemos de nós mesmos e damos sorrisos para a hipocrisia.
    E quando ficamos "maus" quando decidimos não apoiar ou aprovar atos hipócritas e sem honra aos olhos dos demais, mantendo nossa consciência e honra acima das falhas de caráter alheios.

    Abraços!
    Sorath111
    www.anonadirecao.wordpress.com

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    Respostas
    1. Boa noite!
      Interessante o seu comentário.
      Abs

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