segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Poema/ A mulher de manto rubro


Cai a noite simplória
Com seus adornos noturnos
É ela que bate a minha porta
O demônio que veio perverter o meu espírito

Como pode um ser tão vil
a natureza deixar criar
Que intento pode conter
e salvador algum poder resgatar?

Bastou um raio de luar
Para seu rosto contemplar
Tal lampejo de aversão
Meu horror e fascinação

Longe agora me vejo
por contemplar este olhar
que causou completa desilusão
destruindo assim, minha fé e a razão

Sinto-me confuso
 Não sei qual caminho trilhar
Sei que não pertenço mais a reino algum
que não seja o da mulher de manto rubro

A tristeza me obliterou
o vinho de seu lagar
Fez-me enxergar um novo alguém
no caminho que não há outro além
Poderia agora renunciar?

Que guerreiro é esse?
Cruzado ou Aldeão
Sacerdote ou Guardião
É alguém que conheço?
Esse espírito onipotente?

Vejo que desvelou
o vigor de sua semente
Destruiu toda a dúvida
que existia em uma alma temente

O que o homem pode temer
se não aquilo que não conhece?
Caindo nos braços da santa impura
Bela rosa...
que seus espinhos sempre sejam mestres
e seu manto meu corpo cubra.
                                                                        ( Iago Tarigo )


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